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Ninguém está realmente aprendendo: por que e como mudar isso

Já reparou que vivemos em um mundo em que todo mundo é especialista em alguma coisa? A infinidade de cursos que brotam por todos os cantos, das mais diversas áreas, todos os dias, chega a ser assustadora.

Por isso é natural pensar que estamos vivendo a melhor época para se aprender. O problema é que, na realidade, essa equação não fecha: ela é muito diferente da expectativa.

A internet proporciona uma gama abundante e quase infinita de conteúdo disponível a apenas um clique. Ao mesmo tempo, existe uma dificuldade imensa das pessoas em geral, de distinguir o que importa do que não importa, o que é verdadeiro do que não é.

A verdade é que o aprender não deveria ser tão complexo, quando consideramos as possibilidades que temos disponíveis. Porém, existe, talvez até em maior proporção, uma dificuldade bem grande por parte das pessoas em colocar as coisas em prática.

Foto de Dmitry Ratushny no Unsplash

O conhecimento é mais amplo do que você pensa

De uma maneira simplificada, conhecimento é a capacidade humana de entender, apreender e compreender as coisas. Isso se estende para as habilidades de aplicar, criar e experimentar o novo.

Podemos dizer também que o conhecimento vai além do que aprendemos na escola ou nos livros. Trata-se de um conjunto de informações que o ser humano adquire ao longo da vida, incluindo experiências, crenças, valores, insights e a própria aprendizagem formal.

Assim, a pessoa que detém conhecimento é capaz de discorrer sobre vários assuntos, tomar decisões mais efetivas e ajudar pessoas em alguma dificuldade.

Então voltamos ao nosso questionamento inicial: se temos informações em excesso, capacidade cognitiva e habilidades, por que ninguém está realmente aprendendo?

>> Leia outro artigo do Lucas Lima: Profissionais líquidos: as sabedorias de Zygmunt Bauman e Bruce Lee aplicadas à sua carreira

Infotoxicação e ilusão do aprendizado

Um dos problemas reside no fato do consumo frequente e variado do que podemos chamar de infotoxicação (ou sobrecarga informacional). Provavelmente seu maior malefício é o fato de que, muitas vezes, nós sequer percebemos o efeito negativo que elas agregam em nossas vidas.

O fator da ilusão de aprendizado acaba surgindo, porque, o sentimento é de que, a partir daquelas informações tóxicas, disporemos de um conhecimento excelente. Mas como nem tudo que reluz é ouro, o efeito é oposto: com essa base de areia, é impossível aplicar de forma prática esse “falso conhecimento”.

Existe um conceito, proposto por John Vervaeke, que divide o conhecimento em quatro tipos: Propositivo, Procedimental, Perspectiva e Participação.

Os dois primeiros são os mais usados: o propositivo está relacionado à semântica, que é quando damos nomes às coisas. Geralmente está ligado ao que aprendemos na escola, porque não colocamos em prática ou visualizamos presencialmente a maioria das coisas que aprendemos.

Já o conhecimento procedimental é voltado para o como fazer as coisas, levando as pessoas aos processos para executar algo.

Os dois últimos, perspectiva e participação, se relacionam com a parte prática do conhecimento. E é aqui que reside um dos problemas, já que elas costumam ser deixadas de lado nos dias atuais.

A maior parte das informações disponíveis são voltadas para o tipo de conhecimento propositivo e semântico, sem adentrar nos tópicos de perspectiva e participação. É assim que surge a dificuldade em colocar as coisas em prática, justamente porque não sabemos ao certo qual caminho percorrer ou temos medo de trilhá-lo.

Isso acontece porque a cultura atual nos dificulta a capacidade de conexão real com as pessoas e dá a falsa sensação de que podemos controlar a tudo e a todos. Dessa maneira, não há espaço real para o aprendizado.

Profissas no RD Summit 2022

Esse debate foi tema da minha palestra no RD Summit, simplesmente o maior evento de Marketing e Vendas da América Latina, ou como bem nomeou a Forbes, a “Disneylândia do Marketing Digital”.

O evento aconteceu nos dias 26, 27 e 28 de outubro, em Florianópolis e contou com múltiplos palcos e trilhas. O RD Summit se uniu à Profissas, escola de educação corporativa focada em Diversidade & Inclusão, para a curadoria de parte importante dos mais de 130 palestrantes e a criação da trilha de conteúdo focada em inovação

Tudo planejado para promover a integração entre conteúdo de alta qualidade, networking de impacto, negócios, tecnologia, arte, música e muitas outras experiências. Para mais informações relevantes sobre habilidades, conhecimento e o mundo profissional, não deixe de nos acompanhar no blog da Profissas!