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Solário Carioca: de aterro sanitário a polo produtor de energia limpa – Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro

Solário Carioca é inaugurado em Santa Cruz – Foto: Beth Santos

A Prefeitura do Rio inaugurou neste domingo (2/11) o Solário Carioca – uma usina solar fotovoltaica de 5 megawatts (MW) de potência, que vai gerar uma economia anual de cerca de R$ 2 milhões aos cofres públicos municipais. A usina de Santa Cruz, estruturada em parceria com a rede C40 Cities e a agência alemã GIZ, pelo programa CFF – Cities Finance Facility, é considerada um marco na transição energética municipal, por transformar um antigo aterro sanitário em polo produtor de energia limpa.

– O lançamento de hoje representa um momento único para celebrar a participação municipal na implementação de soluções climáticas concretas, mostrando que é viável transformar uma ideia ousada e inovadora em um projeto tangível e eficiente. A inauguração de hoje é um marco. Transformamos um aterro sanitário subutilizado em um polo de geração de energia limpa. Essa transição para a energia renovável gera uma redução significativa na emissão de gases de efeito estufa e uma economia de mais de R$ 2 milhões por ano para a cidade. Além disso, também gera 234 empregos diretos e 60 empregos indiretos, priorizando a população local. Ou seja, é uma escolha acertada do ponto de vista ambiental, mas também do ponto de vista econômico, uma decisão que impulsiona nossa economia e reduz o uso de combustíveis fósseis – afirmou o prefeito Eduardo Paes.

Com 15 hectares de área total, sendo 8,4 hectares efetivamente ocupados pelos painéis solares, o Solário Carioca conta com 9.240 placas solares de 700 watts cada, responsáveis por converter a luz do sol em eletricidade capaz de abastecer diversos prédios públicos municipais – o suficiente para fornecer energia para cerca de 100 escolas municipais por dia. Outras áreas ociosas na cidade já estão sendo mapeadas para a instalação de usinas fotovoltaicas similares ao Solário Carioca, com a meta de atingir 20 megawatts até 2028.

A usina solar de Santa Cruz foi construída em apenas cinco meses, com obras iniciadas em junho de 2025. O projeto foi viabilizado por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP), estruturada pela Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar), em colaboração com as secretarias municipais de Fazenda e Planejamento e de Coordenação Governamental. Com investimento de R$ 45 milhões do consórcio privado vencedor da licitação, o Consórcio Rio Solar, a iniciativa não gerou custos financeiros para a Prefeitura, que cedeu o terreno para a instalação dos painéis solares. A energia adquirida pelo município, além de 100% limpa, será 20% mais barata. O contrato estabelece concessão de 25 anos para a implantação, operação e manutenção da usina.

– Tive a oportunidade de acompanhar este projeto de perto. A grandiosidade de sua escala é verdadeiramente impressionante. O Solário Carioca representa uma iniciativa cujos modelos estão sendo replicados em 30 cidades ao redor do mundo, totalizando 38 projetos distintos que beneficiam diretamente mais de 1,2 milhão de pessoas e, indiretamente, dezenas de milhões. Com mais de 2 bilhões de dólares em investimentos direcionados a esses projetos, fortalecendo a liderança no setor público municipal e, consequentemente, fomentando parcerias privadas – ressaltou Mark Watt, diretor-executivo da C40 Cities, no discurso de lançamento do projeto.

O lançamento simboliza o impacto global da ação local: o Solário Carioca nasceu com apoio do mecanismo de financiamento para cidades da C40 (CFF), lançado na COP21 por Eduardo Paes, então presidente da C40, para tirar do papel projetos sustentáveis e transformar planos climáticos em ação concreta.

– O Reino Unido foi um pioneiro no modelo de parceria público-privada no início da década de 1990. Por essa razão, temos orgulho em apoiar empreendimentos como este, que empregam estratégias financeiras inteligentes para mobilizar capital climático e recursos públicos. O Solário Carioca é um modelo inspirador e um exemplo prático de uma estratégia de transição justa. Seu impacto não se restringe à mitigação de emissões, mas abrange a criação de 3.500 oportunidades para jovens e o apoio a comunidades marginalizadas. Gostaria de expressar minha gratidão à cidade do Rio por sua ambição e pelo convite que tornou esta ideia uma realidade – disse Simon Stevens, representante do governo britânico, que também participou da inauguração.

O encontro contou ainda com a presença do representante do governo da Alemanha, Jan Freigang (cônsul-geral da Alemanha no Brasil), e do diretor para o Brasil da Giz, Jochen Quinten. A concretização do projeto é particularmente simbólica por ocorrer nas vésperas dos grandes encontros climáticos no Rio: o Fórum de Líderes Locais da COP30 e a Cúpula Mundial de Prefeitos da C40, de 3 a 5 de novembro, no MAM.

Solução de financiamento para ações climáticas na cidade

O modelo do mecanismo CFF, usado para planejar e desenvolver o Solário Carioca, poderá ser replicado em outros terrenos ociosos ou áreas degradadas da cidade, ampliando o impacto ambiental positivo e promovendo o uso inteligente do solo urbano.

O CFF, que faz 10 anos em 2025, apoia cidades na preparação e implementação de projetos de infraestrutura sustentável. Com aporte financeiro, o CFF transforma planos de ação climática resilientes e inclusivos em projetos concretos, que fazem uma diferença real na vida das pessoas.

Lançado na COP21 em Paris, em dezembro de 2015, pelo prefeito Eduardo Paes em sua então posição de presidente da rede C40, o CFF é implementado conjuntamente pela C40 e pela Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH e é financiado pelo Ministério Federal Alemão para Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ) e pelo Ministério das Relações Exteriores, da Comunidade Britânica e do Desenvolvimento (FCDO) do Reino Unido.

Energia limpa onde antes havia resíduos

O terreno escolhido para a implantação da usina, em Santa Cruz, foi, por décadas, um dos principais pontos de destinação de resíduos da cidade. Desativado e sem função urbana desde o encerramento das atividades do antigo aterro sanitário, o espaço agora ganha novo propósito: gerar energia limpa, sustentável e renovável.

Do ponto de vista ambiental, o Solário Carioca deverá evitar a emissão de aproximadamente 40 mil toneladas de dióxido de carbono (CO₂) por ano, o que equivale à retirada de cerca de 25 mil veículos das ruas. O projeto está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU.

Impacto econômico e social

Além da economia direta na conta de energia, o projeto gera 234 empregos diretos e 60 empregos indiretos, além de estimular a economia local, já que o concessionário dá preferência à contratação de empresas e prestadores de serviços do entorno: para segurança, alimentação, compra de EPIs, concreto, aço, entre outros.

Categoria:

  • 2 de novembro de 2025
  • Marcações: C40 Cities Cidade do Rio de Janeiro COP30 energia limpa meio ambiente