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ESG: o que é e como colocar em prática na sua empresa?

Os investimentos em políticas de ESG devem atingir a marca de 53 trilhões de dólares até o ano de 2025, de acordo com o estudo Radar ESG 2023, realizado pela Infosys, uma empresa de consultoria com presença em mais de 50 países. 

O mesmo estudo revelou que 90% dos líderes empresariais entrevistados reconhecem que as práticas ESG resultam em retornos financeiros positivos em um prazo de até três anos, justificando tamanho investimento.

Essa sigla diz respeito a ações voltadas para sustentabilidade, desenvolvimento social e governança corporativa e, para além dos números, é importante entender por que essa tendência está ganhando destaque. 

Por isso, neste texto você poderá se informar entendendo melhor o tema e sua importância para as empresas.

O que é ESG?

ESG é um conjunto de boas práticas corporativas que estão relacionadas à gestão de empresas e servem como parâmetro de sustentabilidade, definindo a forma como as instituições se posicionam no mercado.

Dessa forma, a sigla faz referências aos princípios de:

Qual a origem da ESG?

O termo surgiu inicialmente em 2004 em uma publicação do Banco Mundial em parceria com o Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) e Who Care Wins, uma entidade que reúne representantes de diversos países. 

O documento estabelece diretrizes que incluem as questões ligadas ao social, ao meio ambiente e à governança e apontou que as empresas que se preocupam com tais questões podem agregar valor aos negócios ao mesmo passo que proporcionam benefícios à sociedade. 

Em seguida, o movimento foi ganhando notoriedade em outros setores da economia e, em 2015, a Agenda 2030 da ONU e o acordo de Paris, tratado internacional sobre mudanças climáticas, impulsionaram o crescimento dessas políticas para outros setores da economia. 

Os objetivos de desenvolvimento sustentável incluem itens como: 

Quais os princípios ESG?

Os pilares das políticas de ESG foram desenvolvidos para direcionar as práticas das corporações a partir dos seguintes aspectos: 

1. Ambiental

A primeira letra da sigla está ligada às ações voltadas para que as empresas façam um trabalho de analisar os seus impactos no meio ambiente e, a partir disso, traçar formas para atuar em frentes como: 

2. Social

Já o “S” da sigla está voltado para a forma em que as instituições lidam com a responsabilidade social para com a comunidade em que está inserida. 

As ações englobadas neste tópico estão ligadas a:

📖 Leia também: LGPD: o que diz a lei de proteção de dados e como ela pode impactar a sua estratégia de marketing e vendas

3. Governança 

Por fim, a governança diz respeito ao conjunto de princípios e recursos que ajudam as empresas a estarem em conformidade legal. 

Para esse tópico, podemos considerar como relevante: 

O que é necessário para uma empresa ser ESG?

Para que uma empresa seja considerada ESG, é necessário implementar práticas que atendam aos critérios de cada pilar da sigla. No entanto, antes disso, é crucial realizar um planejamento a longo prazo, destacando prioridades e alocando recursos financeiros de forma adequada. 

Se engajar para transformar a cultura organizacional de uma empresa é um desafio complexo e que demanda tempo, por isso, ter um plano definido para implementação da ESG, com ações claras e pessoas responsáveis para colocar cada ação em prática é uma forma de tornar o processo viável. 

Assim, para além de compreender o que são os três pilares da ESG na teoria, é importante envolver as suas lideranças e colaboradores para transformar processos e propagar o entendimento da importância desse projeto e o retorno que será gerado.

Quais as vantagens de ser ESG para as empresas?

Antes de implementar as políticas de ESG no cotidiano de uma empresa, é comum que a diretoria se questione quais são as vantagens de realizar esse investimento. Nesse sentido, os principais benefícios que podem ser listados são: 

1. Competitividade do mercado

Mostrar ao mercado que a sua empresa está focada em aspectos que buscam proporcionar melhorias para o meio ambiente e sociedade, em geral, gera um incentivo para investidores e clientes estarem mais próximos do seu negócio. 

Sobre isso, a pesquisa realizada pela agência norte-americana Union + Webster, mostra que 87% dos consumidores brasileiros optam por consumir produtos de empresas sustentáveis e 70% dos entrevistados não se importam em ter um acréscimo no valor dos produtos ou serviços para isso. 

2.  Aumento da confiança de investidores e desempenho financeiro

A “Pesquisa Global da PwC – PricewaterhouseCoopers,” revela que 74% dos investidores veem as questões ESG como cruciais em suas decisões de investimento.

O mercado em geral está indo além dos números financeiros e os investidores têm olhado também para a forma em que a instituição se relaciona com a comunidade. Isso acontece porque as empresas que priorizam esses critérios têm se saído muito bem.

Segundo a Harvard Business Review, as empresas com classificação ESG têm de 2 a 3 vezes mais probabilidade de superar os seus concorrentes no desempenho financeiro. 

Isso porque essas empresas geralmente têm uma gestão mais eficiente, uma imagem de marca melhor e funcionários mais engajados.

Além disso, adotar as políticas de ESG não é apenas uma escolha ética, mas também uma estratégia inteligente de negócios. Elas tendem a reduzir perdas, otimizar recursos e contribuir positivamente para a comunidade, como indicado pela 17ª carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa de Valores (ISE B3). 

3. Redução de riscos socioambientais

O compromisso com práticas ambientais, sociais e de governança desempenha um papel fundamental na mitigação de riscos socioambientais. Um exemplo significativo é observado no pilar ambiental, que engloba questões como o uso responsável de recursos e a gestão adequada de resíduos.

Adotando essas práticas, a instituição evita sofrer com punições significativas, já que cumprirão leis como a Nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que prevê penalidades severas para degradação do meio ambiente, incluindo danos a ecossistemas aquáticos brasileiros. 

📖 Leia também: O que são KPIs e tudo o que você precisa saber sobre os Indicadores de Negócio

Como saber se uma empresa é ESG?

As organizações de fato comprometidas com os pilares de ESG tendem a se destacar nos seus nichos e construir relacionamentos positivos com a sociedade e governo.

Portanto, para saber se uma organização adota de fato uma agenda voltada para as questões ambientais, sociais e de governança, é importante observar algumas diretrizes: 

📖 Leia também: Planejamento financeiro para micro e pequenos negócios: uma questão de sobrevivência

Quais são as certificações ESG existentes? 

As certificações de ESG são importantes para validar o compromisso das instituições com cada pilar de atuação da sigla. 

Cada chancela é concedida por uma empresa especializada a partir da sua própria metodologia. 

Assim, para que uma instituição receba a certificação, é necessário passar por uma avaliação. 

Atualmente alguns dos selos de reconhecimento existentes no Brasil são: 

Como as empresas estão aplicando a ESG na prática?

As empresas de diferentes nichos estão colocando as políticas de ESG na prática por meio de ações que visam fortalecer cada pilar da sigla, que vão desde o respeito aos direitos humanos e trabalhistas dentro das organizações até gerenciamento de resíduos.

Um exemplo no mercado imobiliário foi trazido pela CUPOLA, hub de inteligência imobiliária que atua no mercado desde 2007. O texto ESG no mercado imobiliário foi publicado no início de 2023 em seu periódico Imobi Report, responsável por ofertar atualizações e informações aprofundadas sobre o mercado. 

O texto revela como a ESG está em pleno desenvolvimento neste nicho, já que, conforme o estudo “ESG na Prática“,  realizado pelo Centro de Tecnologia de Edificações (CTE) e pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), 71% das empresas do setor imobiliário já estão envolvidas em ações ESG, enquanto as outras 29% estão em processo de implementação.

Ações como essas no setor são de extrema importância, uma vez que no mundo, a construção civil é responsável por 39% das emissões de gases de efeito estufa, como aponta o artigo da Agência Internacional de Energia publicado no Journal Energies. 

Além disso, no Brasil o setor é responsável pela geração de 51% a 70% dos resíduos sólidos urbanos. Apesar disso, é possível enxergar um avanço já que, cerca de 200 empreendimentos lançados em 2022 receberam a certificação LEED. 

Esses números reforçam como as práticas ESG se projetam como um importante pilar para os próximos anos e dão dimensão do impacto positivo para o meio ambiente que o setor da construção pode proporcionar adotando tais políticas. 

Por isso, para se manter informado e conferir em primeira mão como essas mudanças chegam ao mercado imobiliário, acesse o blog da CUPOLA.

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